V Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento (V CIHPN):Vamos juntos na conquista de direitos por uma maternidade saudável e realizadora!
Brasília, 30 de janeiro de 2024 - A taxa média de
cirurgias cesarianas no Brasil vem
aumentando desde o início do século e dados preliminares de 2023 mostram que chegou a 59,1% de acordo com o Ministério da Saúde, uma
realidade muito distante da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS)
que é de 10 a 15%. Em resposta a essa realidade, a V Conferência Internacional
sobre Humanização do Parto e Nascimento (V CIHPN) surge como um espaço para
debates em busca de mudanças na forma como a gestação e o parto são
compreendidos e assistidos em nosso país. O evento será realizado de 24 a 28 de
fevereiro, em Brasília, e reunirá em um só local integrantes de uma rede global
de profissionais de saúde, doulas, advogados, estudantes e representantes da
sociedade que tenham interesse pelo tema e que juntos busquem práticas
inovadoras baseadas em evidências científicas, que tragam mais saúde e
bem-estar para as mães e para os bebês.
Por meio de quatro eixos fundamentais - Ciência nas
práticas de Saúde, Justiça Social, Equidade, Mobilização Social - a conferência
busca revelar mitos, contribuir para a evolução da saúde materna e infantil e
fortalecer uma rede de assistência integral e comprometida com uma sociedade
mais justa e acolhedora, com integração entre todos os agentes e serviços
envolvidos, além de todos que são a favor da causa. A ideia é aprofundar
reflexões e debater sobre uma humanização plural e acolhedora do parto e nascimento,
de forma que envolva toda a sociedade, buscando compartilhar experiências
nacionais e internacionais, baseadas em evidências científicas e nos princípios
da humanização para profissionais, gestores e usuários interessados no campo da
saúde coletiva, direitos reprodutivos, gestão de serviços e sistemas de saúde e
assistência ao pré-natal, parto e puerpério.
A humanização do parto é uma pauta defendida pela
OMS, reconhecendo a necessidade de respeitar os direitos das gestantes e
valorizar a experiência única do nascimento, trazendo recomendações como as da
diretriz Fazendo do parto uma experiência positiva,
lançada em 2018, que contém 56 recomendações baseadas em evidências, detalhando
os cuidados clínicos e não clínicos que são necessários durante todo o trabalho
de parto e imediatamente depois do parto para as mulheres e para os
recém-nascidos.
Desde tempos imemoriais as mulheres pariram e apenas
desde o século XX a cirurgia cesariana se popularizou. Comparando ambas as vias
de nascimento, o parto vaginal é clinicamente comprovado como seguro, havendo
menor perda de sangue da mãe, menos riscos de infecção, complicações da
anestesia, cortes acidentais em órgãos, distensão abdominal e embolia, que são
algumas das complicações de um nascimento pela via cirúrgica. Estudos indicam
que cesáreas eletivas aumentam a mortalidade materna em 3,5
vezes em comparação com partos normais e além disso, nascer por um parto normal
respeitoso proporciona efeitos psicológicos significativos para a mulher,
promovendo um senso de força e competência inexplicável (uma verdadeira
celebração do empoderamento feminino), ademais, o trabalho de parto estimula a
liberação de endorfina e a liberação de ocitocina natural, fortalecendo o
vínculo entre mãe e bebê.
A conferência abordará temas cruciais, como acesso à
saúde sexual e reprodutiva de qualidade como questão de direitos humanos,
inovações em saúde perinatal, diferenças entre modelos de assistência e
vantagens e desvantagens de cada um, além da trajetória e conquistas dos
organismos internacionais na humanização do parto e nascimento. E contará com o
apoio de instituições renomadas, além de palestrantes nacionais e
internacionais.
O encontro será promovido pela Rede pela Humanização
do Parto e Nascimento (ReHuNa) que tem 30 anos de atuação pelos direitos da
mulher e o bebê no pré-parto, parto e pós-parto, e pela Universidade de
Brasília, além de ter como apoiadores diversas instituições, entre elas:
Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS),
Federação de Doulas do Brasil, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras e
Obstetrizes (ABENFO-Nacional), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde (CONASEMS), Associação de Doulas da RIDE – Distrito Federal e Entorno,
além de instituições internacionais como Centro Latino-americano de
Perinatologia, vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização
Panamericana de Saúde (OPAS), Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), Agência de Cooperação
Internacional do Japão (JICA) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)
que é a agência de desenvolvimento internacional da ONU que trata de questões
populacionais.
A V CIHPN é um chamado para a evolução, desafiando
conceitos ultrapassados e promovendo uma abordagem centrada na mulher, no bebê
e sua família. Todos são bem-vindos a participar, desde profissionais da saúde,
doulas, advogados até estudantes universitários. Será um espaço de colaboração
essencial para impulsionar a mudança de mentalidade e alcançar a verdadeira
humanização do parto e nascimento.
Junte-se a nós na V CIHPN e seja parte desta
revolução em prol da maternidade e saúde infantil!
SERVIÇO
O QUE: V Conferência Internacional sobre Humanização
do Parto e Nascimento (V CIHPN)
QUANDO: 24 a 28 de fevereiro de 2024
ONDE: Presencial em Brasília e com transmissão
parcial da programação on-line
INFORMAÇÕES: https://rehuna.org.br/